Eu nunca mais serei a mesma
Enquanto algumas pessoas medem a sua evolução pelo avanço na carreira, eu meço pela forma como lido com os meus sentimentos. Por isso, digo com orgulho que 2022 foi um dos anos mais importantes da minha vida. Depois de um período conturbado internamente pelos atravancos da pandemia, enfim consolidei uma série de transformações internas que vinha trabalhando há algum tempo.
Foi um ano leve mesmo quando foi difícil, porque existia um tipo de paz interna mesmo no auge do caos. Uma paz chamada certeza – de quem eu sou, do que eu quero e do que não vou mais tolerar de jeito nenhum. Tiveram tropeços, é claro. Sempre terão. Muito choro, alguns bate bocas, uma certa dificuldade de compartilhar sóbria dores que acabava esbravejando bebada. Mas, sempre chegava o momento em que conseguia respirar fundo, me entender e escolher o melhor caminho para mim.
O maior desafio, sem sombra de dúvidas, foi me apaixonar. Descobri que meu coração machucado ainda sabe sambar – e vocês não fazem ideia do alívio que isso me causou. Passei tanto tempo fechada que achei que nunca mais nessa vida ia ficar idiota por alguém. E fiquei. Perdi a cabeça. A ansiedade gritou mais alto que o mundo. Mas pulei de cabeça. Me banhei. Vivi até onde havia espaço para ter certeza que, dessa vez, não seria meu medo o grande impedimento. Fui sincera comigo mesma. Mais corajosa que nunca. E, daqui, onde cheguei, não tem como voltar para trás. Parti uma barreira que não tem conserto. Então, o peito segue escancarado. Disponível e disposto. Pronto para quem realmente quiser se aconchegar.
Também rompi uma amizade que não me fazia bem. Vivenciei o retorno do Carnaval. Fui a shows inesquecíveis. Realizei o sonho de conhecer a Espanha. Mantive meu corpo ativo, mesmo que a frequência tenha sido mais baixa que o ideal. Evolui financeiramente. Li livros importantes. Perdi a vergonha de chorar. Aprendi a não me desgastar emocionalmente com os problemas dos outros. Me diverti mais durante a semana. Finalmente encontrei a afinação. Retomei meu pacto com a escrita. Tenho apertado cada vez mais o botão do foda-se. Relaxei pela primeira vez.
Repito: daqui, onde cheguei, não tem como voltar atrás. Obrigada, 2022. Foi histórico.
Música da semana
Para encerrar o ano com doçura, saudade e emoção, o mais recente lançamento da Gal Costa. Sim, a voz suprema deixou esse presente para a gente. Um dueto lindo com a Marina Sena desse hino do Milton Nascimento. “Sou do mundo, sou Minas Gerais” <3.
Casa da semana (ou melhor, varanda)

Até 2023!
Não sei se alguém sentiu falta, mas semana passada precisei abrir mão da news pelo bem do meu psicológico. Este dezembro tá retrógrado (isso, o próprio mês) e eu sobrecarregada. Saibam que, para mim, não cumprir com um compromisso é doloroso. Desculpe aí se alguém sentiu saudades! Mas, nossa, que alívio admitir que não dou conta de tudo. Recomendo, experimentem.
Agora é hora de partir para o abraço a vivenciar com alegria esse limbo lindo que são os dias que antecedem a virada de ano. Espero que você consiga descansar e/ou criar boas memórias. Nos vemos em 2023!